terça-feira, 27 de janeiro de 2009

- E daí?
Ela me olhou como se eu fosse uma mosca presa na sua teia. Sabia o que eu estava pensando mas já tinha passado por isso antes. Aproximou-se tanto que o seu rosto encostou no meu e sussurrou com supremo prazer:
- Você é um pobre boludo sem identidade.
Sua saliva tinha respingado no meu rosto e entrado nos olhos. Afastei-a suavemente e fui até a pia. Ela ficou na sala cantarolando uma cumbia e eu soube que nunca poderia amar essa mulher.

REYES, Efraim Medina. Era uma vez o amor mas tive que matá-lo. São Paulo: Planeta do Brasil, 2006.

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