por onde anda obama?
O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, "está atento à situação em Gaza", declarou neste sábado sua porta-voz, Brooke Anderson, ressaltando no entanto, para justificar o silêncio prudente de Obama: "Há apenas um presidente de cada vez, e pretendemos respeitar isso".
05/06/2008 - 11h53
Israelenses agradecem discurso de Obama; palestinos protestam
Colaboração para a Folha Online
Israel agradeceu oficialmente nesta quinta-feira o discurso do provável candidato democrata Barack Obama, durante o Comitê Anual de Assuntos Internos Americano-israelenses (AIPAC). Por outro lado, os palestinos protestaram pelos comentários que consideraram parciais.
Os principais jornais israelenses desta quinta-feira colocaram Obama na primeira página, sob a manchete "Um abraço para Israel". Os jornais falavam positivamente o discurso do senador por Illinois, citando sua frase "a segurança de Israel é sacrossanta".
Danny Ayalon, ex-embaixador de Israel nos EUA, afirmou que o discurso foi a chance de mais israelenses conhecerem Obama e, conseqüentemente, se sentirem confortáveis com sua possível Presidência.
Charles Dharapak/AP |
O provável candidato democrata Barack Obama durante discurso na AIPAC |
"McCain e Hillary são conhecidos há anos, então os israelenses ficam muito confortáveis com um governo deles. À luz da retórica de Obama ontem e em outros eventos, seus discursos afastarão muitos temores", disse.
No discurso, Obama citou e-mails que circularam recentemente na internet com acusações sobre seu suposto antagonismo a Israel. "Deixe-me saber se vocês virem este cara chamado Barack Obama, porque ele é muito assustador", brincou Obama.
Preocupada com o que Obama nomeou de "campanha virulenta", a equipe do senador criou um blog em hebraico para refutar as acusações.
Aliados
O primeiro-ministro israelense Ehud Olmert, de visita a Washington, se apressou em classificar o discurso de Obama de "muito emocionante" e "impressionante". Ele foi a primeira autoridade israelense que reagiu publicamente ao discurso de Obama.
Inicialmente, o Ministério das Relações Exteriores de Israel não quis fazer comentários, para evitar acusações de interferência em assuntos internos norte-americanos. O embaixador de Israel em Washington, Salai Meridor, tentou manter certa neutralidade.
"Os discursos que os três candidatos à presidência americana [Obama, Hillary Clinton e o republicano John McCain ] pronunciaram ante os delegados da AIPAC foram muito importantes e muito animadores", declarou Meridor.
No discurso, Obama reafirmou os laços "inquebráveis" entre os EUA e Israel e afirmou que, como presidente, nunca faria nada contra a segurança de Israel.
No evento, Obama afirmou ainda que Jerusalém deve permanecer como a capital "indivisível" de Israel. "Jerusalém continuará sendo a capital de Israel e deve permanecer indivisível", disse Obama durante a reunião anual. Este é um dos temas mais controversos nas negociações entre israelenses e palestinos.
Durante a guerra de junho de 1967, Israel conquistou e depois anexou a parte árabe de Jerusalém. Esta anexação jamais foi reconhecida pela comunidade internacional.
Por sua parte, os palestinos querem Jerusalém Oriental como capital de seu futuro Estado.
Meridor minimizou o alcance das declarações de Obama, recordando que o Congresso americano reconheceu em várias oportunidades a Jerusalém reunificada como capital de Israel, enquanto a administração norte-americana se mostrava mais prudente.
Uma referência clara ao projeto sempre mencionado pelos presidentes norte-americanos, mas jamais concretizado, de transferir a embaixada dos Estados Unidos de Tel Aviv para Jerusalém.
Palestinos
O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, criticou o candidato democrata pelo discurso. Conhecido por sua política externa de diálogo aberto, Obama era a esperança dos palestinos de um governo menos pró-israelense que o do presidente George W. Bush.
"Nós rejeitamos essas propostas. Jerusalém é uma das questões que vêm sendo objeto de negociações. Todos sabem perfeitamente que Jerusalém Oriental foi ocupada em 1967 e não aceitaremos um Estado sem Jerusalém, isto deve ser claro", afirmou Abbas aos jornalistas em Ramallah.
"Os candidatos norte-americanos não podem ser mais israelenses que os israelenses. Esta linguagem não existe nem mais entre os negociadores israelenses", disse o negociador palestino Saeb Erekat.
Na faixa de Gaza, o Hamas, que controla o território desde o ano passado, também criticou Obama.
"Nós consideramos que as declarações de Obama constituem uma nova prova de hostilidade dos dirigentes americanos em relação aos árabes e muçulmanos", afirmou Sami Abu Zuhi, porta-voz do grupo.
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