domingo, 13 de abril de 2008

Blogosfera e Videoblogs

Terça-feira, 30 de Outubro de 2007
Postado por Cristina Cypriano às 17:20

O trabalho do Igor vem trazer um novo elemento para a discussão. Ele observa os videoblogs também como um espaço de construção de narrativas através dos processos de interação e colaboratividade. Trata-se, no entanto, de uma outra qualidade de narrativa. Primeiro por sua condição híbrida – mescla de textos e imagens. Segundo pelo total descompromisso com as noções de gênero e de estilo que dizem respeito às obras literárias. As narrativas que emergem dos videoblogs ocupam o domínio da vida íntima e cotidiana e se definem muito mais pelas formas de exposição do “eu” do que pela temática ou pela estrutura narrativa. Nesses territórios limites, onde o íntimo se publica, a produção colaborativa aparece como uma congruência de trajetórias, um entrelaçamento de percursos subjetivos que constitui significado pelas frequentações, solidariedades e conflitos que emergem no instante da interação e não por uma seqüência temporal. A esse respeito me lembro de Michel de Certeau e as “artes de fazer” quando observa que nas operações que os indivíduos realizam sobre a linguagem eles se apropriam da língua e abrem um espaço que é relacional. Nesse espaço relacional há sempre a introdução de um interlocutor e um ato pelo qual o “eu” se coloca. Essa entrada do sujeito instaura um presente. Isso porque, pra Certeau, o presente é “a fonte do tempo”: ele organiza “uma temporalidade (o presente cria um antes e um depois) e a existência de um ‘agora’ que é presença no mundo”. Desse modo podemos nos perguntar se as experiências apresentadas pelos videoblogs apresentam uma forma da colaboratividade que se define pela entrada do sujeito em uma rede relacional. As realizações que se fundam nesse ambiente emergem de um entrelaçamento de encontros puramente circunstanciais? Ou seja, dos contágios que dispensam qualquer finalidade (pois são indissociáveis do instante presente)? Para além da produção de significado: o que fixa os laços de modo que as pessoas continuem freqüentando o ambiente e se envolvendo em interações que criam narrativas imprevisíveis, quando não ilegíveis?

Um comentário:

Anônimo disse...

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