terça-feira, 11 de março de 2008

A Telefonista na floresta predial
Lula
Queiroga

A moça que virou telefonista
Porque
dizia alô como
ninguém
Agora mora fora do ramal sinal
Ocupada
demais
pra mim
Que
sou apenaas mais um
Uma voz no seu ouvido
Um coração
varrido
O que a
gente sentiu
Não tem mais sentido

A moça que
estudou pra jornalista
Perdida na floresta predial
Eu lembro ela chegou
do interior de trem
Pra conhecer o carnaval
E acabou comigo

Frevando na mesma
avenida
Morando em minha
vida
Me fez
tatuar um coração no umbigo
Um
anjo sendo fêmea
Espécie quase gêmea
E hoje mal entende quando eu ligo

A moça foi
a primeira da lista
Escolhida pelo anúncio de jornal
Agora tem convite
pra beber champagne
E eu tomando sonrisal
Ela
ligou de noite me
pediu desculpa
Ninguém teve culpa
Aconteceu tão
natural, amor de
carnaval

Eu sinto coração bater no umbigo
Perdido
na floresta
predial

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