quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

MOSTRA ROBERT BRESSON NO CARNAVAL | Palácio das Artes | BH


De 1º a 14 de fevereiro, o Cine Humberto Mauro exibe cinco filmes do cineasta francês Robert Bresson, um dos maiores e mais influentes cineastas do século 20. Bresson produziu filmes entre as décadas de 30 e 80 e criou um sistema próprio e extremamente rigoroso de como fazer cinema, batizado de "teoria do cinematógrafo".

A mostra apresenta um recorte com filmes realizados entre os anos 40 e 60. As Damas do Bosque de Boulogne, de 1945, é seu segundo longa-metragem e se situa ainda na primeira fase da obra de Bresson. O filme, inspirado em um conto de Diderot e cujos diálogos foram criados em parceria com Jean Cocteau, é considerado hoje uma obra-prima. O cineasta, no entanto, se tornou um crítico severo do processo e do resultado do trabalho que é o último de sua filmografia a guardar alguma intimidade com o cinema clássico e no qual há ainda lugar para uma estrela do porte da atriz Maria Casarès.

Os demais filmes da mostra, todos posteriores a esta ruptura estético-política, evidenciam a coerência entre o sofisticado pensamento de Bresson sobre o cinema (ou "cinematógrafo", como ele o nomeia) e sua prática, seja retratando um julgamento histórico (O Processo de Joana d’Arc), a trajetória de um jumento e de uma menina (A Grande Testemunha), o destino cruel de uma garota (Mouchette, a Virgem Possuída) ou os percalços de um ladrão (O Batedor de Carteiras). Como sintetiza a escritora Marguerite Duras, "Bresson é um enorme diretor, um dos maiores que já existiram. O Batedor de Carteiras e A Grande Testemunha poderiam sozinhos ser todo o cinema".

A programação conta com o apoio da Cinemateca da Embaixada da França.

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