quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Vida a cores?

Bom, não sei se este é o espaço adequado para postar esta materinha, mas como o nome do blog é ciberexpressando e este é meu objetivo, aqui estou!

No último dia 31, estava chegando em casa depois do almoço e dei de cara com uma turminha de crianças pintando os postes aqui perto de casa! Convencida, inicialmente, por um pedido materno e depois, pela carinha de felicidade das crianças, resolvi fazer uma matéria sobre o projeto. Ta aí!! Acho bacana divulgar este tipo de trabalho.. quem sabe alguém não se aventura a copiar? Espero que curtem!!!

Eles são 200 no total, mas naquele dia eles eram 25 na rua que faz esquina com a minha casa. Estranhei ao vê-los por ali e mais ainda, ao vê-los pintando postes. Eles são os alunos da Escola Municipal Ulisses Guimarães, localizada a um quarteirão de onde moro, na rua Bolívia, no bairro São Pedro, em Belo Horizonte.

Quando chego perto, me apresento como vizinha e futura jornalista e os pergunto se gostam do que fazem por ali. Um deles me responde que adora e começa a me mostrar todos os postes de já pintados na rua.

De repente, começa a gritaria: “Pelé, Pelé... tem uma menina querendo falar com você!”. E lá vem ele, todo sujo de tinta, carregando dois galões com mais da sua matéria-prima. Como ele estava lá em cima do morro e eu sou míope, ainda caí na besteira de confundi-lo com o vigia. Como já é de se esperar, as crianças caíram na gargalhada.

Eis que surge o famoso Pelé, um pintor e desenhista que desde 1996 desenvolve trabalhos que unem o seu talento a solidariedade. Entretanto, é a primeira vez que o artista desenvolve trabalhos no morro e nos aglomerados com a interferência das crianças. “Fico impressionado com o desempenho deles. Porque nas salas de aula, eles nunca foram motivados a trabalhar com a pintura igual agora. E olha o resultado. Nem parece que tem dois meses de trabalho apenas!”, orgulha-se o artista.

E essa é a mais pura verdade. Quem passeia pelo beco principal do morro, que fica do lado da escola e quem passa pela rua da escola, vê aquele colorido capaz de mudar inclusive o humor dos moradores.

Mesmo eu sendo moradora do bairro, nunca tinha me aventurado nem pela rua da escola e muito menos pelo morro ao lado. Mas como estava maravilhada com tudo e como as crianças e o próprio Pelé queria me mostrar tudo que eles já tinham feito, me arrumaram uma guia ótima e me aventurei por ali. Michelle Patrícia, de apenas 11 anos, foi me mostrando tudo e contado com detalhes o projeto. “O morador escolhe a cor da casa e a gente os desenhos. Para mim esse é o mais bonito, ficou parecendo uma paisagem”, conta nossa guia.

Mas nem só de colorido são feitos os comentários de Michelle. Quando pergunto sobre o dia-a-dia do aglomerado, ela me surpreende: “Eu até gosto de morar aqui. O problema são os tiroteios, não acontecem todo dia. Mas toda semana tem. Lá em casa, minha mãe obriga todo mundo a chegar a casa até às 18h. Assim ela fica mais segura. Ela trabalha de 12 às 22h”. Sinceramente, uma realidade que eu sabia que existia, mas não assim, do meu lado.

Volto para a rua e lá ajudo um grupo de três garotos a pintar o poste que, segundo Guilherme, o mais falador dos três, “é a favela”. Quando começo a conversa, o assunto que domina é o futebol. Todos querem ser jogadores profissionais quando crescerem. E como todos ali são cruzeirenses, adivinhem onde eles vão jogar!

Os desenhos e a pintura feitos pelas crianças fazem parte do projeto intitulado “Colorindo o meu bairro”. Este projeto é fruto da iniciativa da prefeitura e da Secretaria de Educação de Minas Gerais “Projeto Escola Integrada”.

Outro passo solidário da campanha da escola é ajudar os moradores do aglomerado com a manutenção das casas. Através de doações, são conseguidos sacos de cimento e areia para que os voluntários reboquem as casas que mais precisam. Depois do reboque, a casa recebe a alegria das crianças com suas tintas.

Para contribuir com o projeto desenvolvido pela Escola Municipal Ulisses Guimarães, basta me mandar um e-mail!

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