sexta-feira, 15 de junho de 2007

DEU NO JB ON LINE - surge então, como andy dizia, os tais minutos de fama

A vida é um filme no cristal líquido

Monique Cardoso


A mais importante mostra de filmes feitos com e para os telefones celulares começa hoje na França e apresenta, ao longo do fim-de-semana, 14 curtas brasileiros. O festival Pocket Films, organizado pelo Forum des Images - mesma instituição que promove a Quinzena dos Realizadores, do Festival de Cannes - acontece há três anos no Centre Georges Pompidou, de Paris. Reúne vídeos rodados de forma convencional para exibição na chamada quarta tela via download, para os telefones, e também realizados com câmeras dos próprios aparelhos móveis.


A seleção nacional reúne, em sua maior parte, produções exibidas no arte.mov, festival de vídeos para mídias portáteis, realizado no ano passado, em Belo Horizonte. A equipe do Pocket Films, além de parceira da mostra mineira, é responsável pela escolha dos curtas exibidos na seção Mobile, que integra o Festival do Rio desde 2005.


Com duração variando entre 30 segundos (Cidade, um vídeo experimental de Fernando Mendes) e 3 minutos (Memo, de Chico de Paula), os filmetes nacionais poderão ser assistidos até domingo na mostra Projetos internacionais. Entre eles, Olhos, de Tasso Dourado - que documenta, a partir de uma câmera de celular para fora do bolso, o movimento da cidade a partir de um ponto de ônibus - e New organs, do artista plástico Arthur Omar, um experimental que cria a figura de um beijo monstruoso num corpo mutante.


Dos curtas brasileiros na competitiva, o festival destaca o clipe Carscapes, da videoartista Giselle Beinguelman, composto por colagens de paisagens de São Paulo, que integra a série fast/slow - scapes, de arte tecnológica, exibida ano passado na capital paulista. Também disputam o primeiro prêmio Mobile Autoportrait, de Fernando Velázquez, e a comédia documental Dentista, de Rodrigo Pazzini e Igor Amin. Durante o processo de avaliação, os jurados assistem aos filmes em telefones móveis e não há separação por categoria. O primeiro colocado, além de prêmio em dinheiro, recebe um celular de última geração para futuras produções.


Fora de competição, serão exibidos ainda seis longas-metragens produzidos para celulares de terceira geração. Um deles, o experimental Triton, de Benoit Labourdette, mostra um homem sozinho e anônimo que evoca suas dificuldades para viver inteiramente na sombra das mais desastrosas horas da história contemporânea.


No Brasil, a produção para meios portáteis pode ser vista no site do Fluxus, festival anual de filmes na internet, e também durante as mostras Mobile Fest, em São Paulo, e arte.mov, em Minas Gerais, ambas realizadas em novembro.

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