terça-feira, 8 de maio de 2007

OS LENÇOS BRANCOS QUE NÃO ACENAM À PAZ

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Olá, amigos (...)
bem, quem me conhece há ao menos 3 anos (todos vcs) sabe o quanto eu respeito e amo essa luta que representam as Madres de Plaza de Mayo, e, com certeza, já me ouviu falar inúmeras vezes sobre elas... Então, para a celebração dos 30 anos, que foi no último dia 30/04, escrevi um artigo e mandei (agora sério, diferente da viagem do "orkuto...") e ele foi publicado. Mando-lhes agora porque quero compartilhar com vcs isso que vive em minhas mais profundas (e às vezes difíceis) escolhas.
Um beijo enorme, nanda.


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Maria Fernanda Aragão Ponzio, ou, nanda!

Publicado en Antroposmoderno el 21/04/07
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Também autora do artigo "orkuto, logo existo" já blogado aqui.

Frases do dia:

"Não é difícil reconhecer que, nos tempos atuais, a recorrência a temas e motivos clássicos de extração greco-latina tem sido constante e vem assumindo diversas configurações filosóficas, antropológicas, psicológicas, literárias." Retirada do artigo linkado acima.

"Las Madres de Plaza de Mayo cumplen treinta años de lucha. Treinta años de vida venciendo a la muerte. Treinta años de parir otro país"
Frase retirada do site da Asociación Madres de Plaza de Mayo. Vá atrás do site.

"Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo". Raul Seixas

Trilha Sonora do Post:

Ramiro Musotto,
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Argentino, Musotto explora muito bem o som do berimbau

O músico argentino radicado na Bahia Ramiro Musotto, criador da
Berimbao Modern Orchestra, lança seu segundo álbum solo.

ARTHUR NESTROVSKI
ARTICULISTA DA FOLHA

Um argentino tocando berimbau? Pode parecer absurdo -para quem não conhece o criador da "Berimbao Modern Orchestra" e não escutou "Sudaka", lançado em
2003 (o DVD, ao vivo, saiu em 2005). Radicado na Bahia desde 1984,


Ramiro Musotto toca um berimbau que, a essa altura, não é mais de país algum: é um berimbau todo seu, cruzando identidades com uma verdade própria e
solar.


"Civilizacao & Barbarye", seu segundo disco solo, abre com uma faixa de berimbau. Ou melhor, vários berimbaus, cada um afinado numa nota, de tal modo que a seqüência de toques produz arpejos (acordes "dedilhados").

Tudo nasce do intervalo mais típico do instrumento, uma segunda maior, correspondendo à corda solta ou tensionada do berimbau. Só que aqui são dois acordes: um acorde menor (com sétima e nona) e seu vizinho acima. Para além da estranheza timbrística desse megaberimbau, a montagem dos acordes cria um efeito ambíguo de tonalidade menor/ maior. E então, sobre esses
acordes, um outro berimbau "canta".


A ambigüidade do conjunto, construída com meios tão simples, serve de emblema de outros recursos ao longo das faixas. São dez cenas musicais, mais do que "canções" -sem desprezar os cantos que se escuta do início ao fim, entoados por, entre outros, os convidados Chico César e Arto Lindsay, e o coro de meninos guaranis da aldeia Morro da Saudade.

Tudo isso, mais um rico arsenal de percussão, vem se nutrir de um virtuosístico tratamento eletrônico, que gera ambiências e contrapontos para a música de uma verdadeira orquestra internacional de colaboradores, mais o conjunto Sudaka essencial: Léo Leobons, Sacha Amback, Ramirito Gonzalo e Mintcho Garramone.

Ambiente original


O resultado é um ambiente sonoro original, que conversa com a produção latino-americana de ponta. Em especial, é a América negra que aparece no coração da música, irrigada de sangue musical nordestino e abrigando ainda o samba e o choro.

O que amarra tantas referências, num disco todo tramado é uma pauta política de resistência, que abre espaço para uma fala do subcomandante Marcos e narrativas do bando de Lampião. As referências são cruciais para o projeto estético libertário de Musotto; se correm o risco de virar efeito, por outro lado acenam com uma pertinência de propósitos que reforça o empenho da
empreitada.


Mas é a força da música, afinal, que sustenta tudo. E essa força fala mais do que os discursos: nessa música, composta com tanto engenho a partir de elementos tão simples, o que faz ouvir, afinal, é um convincente, afetuoso "sim", contra tudo que nos diz "não" na barbárie e na civilização.

CIVILIZACAO & BARBARYE
Artista: Ramiro Musotto
Gravadora: Los Años Luz (www.laldiscos.com)
Quanto: R$ 20, em média ou de graça na web 2.0.


2 comentários:

Anônimo disse...

Igor, only you!
Querido, obrigada pelo que colocou no blog, e fiquei muitoi feliz pelo convite! Agora, preciso ter uma conta no google.... farei para poder fazer parte de seu blog, estou honradíssima!! Beijos, nanda

Igor disse...

eu que agradeço queridona, é uma TAMANHA HONRA vc por aqui!